10 leis da informática que você precisa conhecer
Diversas leis regem nossas vidas. Além das regras de trânsito e da constituição de cada nação, há também as leis da física que, por mais rígidas que sejam, às vezes parecem ser contrariadas. E como não podia deixar de ser, o mundo da tecnologia também tem suas máximas, que dificilmente são quebradas.
Como listado pelo site TechRadar, são pelo menos dez adágios que regem os avanços tecnológicos e a internet nos dias de hoje. Confira na relação a seguir!
1. Lei de Moore: a mais famosa de todas
Essa é, provavelmente, a lei tecnológica mais conhecida por todos. Estabelecida por Gordon E. Moore, a regra diz que o número de transistores que podem ser colocados em um circuito integrado dobra a cada dois anos.
Em 2011, a lei acabou recebendo uma atualização, e o número de transistores passou a dobrar a cada 18 meses, provando que seu autor estava, no mínimo, muito próximo da realidade.
2. Lei de Kryder: HDs maiores e mais baratos
Esta regra criada por Mark Kryder, vice-presidente da Seagate Corp., pode ser comparada com a famosa Lei de Moore. Entretanto, a Lei de Kryder diz respeito aos HDs. Nas palavras do autor, a cada 18 meses a densidade de um disco magnético dobra, e o preço cai pela metade. Entre outras vantagens, isso possibilita que serviços online possam oferecer cada vez mais espaço para seus clientes, sem cobrar a mais por isso.
Em um artigo publicado pela Universidade Mellon Carnegie, Kryder estima que, por volta de 2020, um HD capaz de armazenar mais de 14 terabytes de dados custará cerca de US$ 40 (R$ 70). Entretanto, vale a pena lembrar que os SSDs não obedecem a essa regra.
3. Lei de Wirth: software lento, hardware ligeiro
Você já parou para se perguntar por que o seu computador com muitos núcleos de processamento e quantidade absurda de memória RAM parece tão rápido quanto qualquer PC comum? Essa questão foi respondida por Niklaus Wirth em 1995, quando o criador da linguagem de programação Pascal estipulou a seguinte máxima: o software se torna mais lento de maneira mais rápida do que o hardware se torna mais veloz.
Muitas vezes, essa lei é atribuída a Larry Page, fundador da Google. Porém, a autoria, de acordo com Wirth, é mesmo de Martin Reiser, que no prefácio do livro “The Oberon System” estipula que “um observador crítico pode perceber que o software ultrapassa o hardware em lentidão e tamanho”.
Uma variante da Lei de Wirth também foi proferida pelo fundador da Microsoft, Bill Gates. Entretanto, a Lei de Gates é muito mais bem humorada: a velocidade do software comercial, normalmente, reduz em 50% a cada 18 meses, negando todos os benefícios divulgados pela Lei de Moore. Isso pode acontecer por diversas razões, como adição de recursos extras e complicados, código de má qualidade, preguiça do desenvolvedor ou mudança de gerente cuja filosofia de desenvolvimento não coincide com a do gerente anterior.
4. Lei de Metcalfe: o valor de uma rede
Apesar de, originalmente, essa lei tratar de computadores e máquinas de fax, ela também pode ser aplicada à internet e serviços online, como o Facebook. De acordo com Robert Metcalfe, engenheiro eletricista que ajudou a inventar a ethernet e fundou a 3Com, o valor de uma rede de telecomunicação equivale ao dobro do número de usuários conectados a ela.
5. Regra 34: pornografia por todo lado
Esta é muito simples e direta: “Se alguma coisa existe, há também uma versão pornô dela. Sem exceções”. Acredita-se que a regra 34 veio de uma história em quadrinhos online, que ficava hospedada no endereço zoomout.co.uk. Porém, também é possível que o autor da HQ tenha tirado a frase de algum email anônimo que circulava pela web.
Hoje, essa lei foi complementada e define que, caso a versão pornô de algo não seja encontrada, ao se falar dela na internet, algum artista vai, imediatamente, começar a produzir uma animação japonesa erótica (hentai) sobre o assunto.
6. Lei de Goodhart: a irrelevância dos demonstradores sociais
O professor de economia e conselheiro do Banco da Inglaterra, Charles Goodhart, estabeleceu em 1975 que “qualquer regularidade estatística observada tenderá a entrar em colapso assim que for colocada sobre ela alguma pressão com o objetivo de manter o controle sobre algo”. Em outras palavras, a regra estipula que se você define metas para tentar fazer com que algo bom aconteça, as pessoas encontrarão uma forma de atingir essas metas sem que tenham, necessariamente, que melhorar em algum ponto, tornando todo o trabalho inútil.
Um dos melhores exemplos vem do Google: quando o mecanismo de buscas passou a usar os links de entrada no PageRank para tornar a pesquisa mais relevante, spammers criaram sites especialmente programados para fornecer links e começaram a encher de spam os comentários de blogs, sempre com o objetivo de ganhar uma posição melhor entre os resultados.
7. Lei de Fitt: mais usabilidade em softwares e eletrônicos
É possível perceber a presença da Lei de Fitt em sistemas como o Mac OS X (Fonte da imagem: Divulgação/Apple)
A ergonomia e a usabilidade de produtos eletrônicos são essenciais para que o produto seja bem aceito. Interface estranha e ações complicadas podem funcionar como barreiras e afugentar prováveis clientes.
A Lei de Fitt define um comportamento que deve ser repetido como um mantra para designers de interface: a dificuldade de atingir um alvo é uma função da distância do alvo e do seu tamanho. Lendo essa frase, tudo parece muito óbvio. Mas é ela que define, por exemplo, a probabilidade de alguém clicar no botão “Concordar” em vez de “Cancelar”. Ou a agilidade com que uma pessoa acessará as opções do menu de um software.
8. Lei de Amara: pense nas tecnologias em longo prazo
O cientista Roy Amara definiu uma regra que encoraja todos a pensarem um pouco mais sobre a tecnologia: “Nós tendemos a sobrestimar o efeito de uma tecnologia em curto prazo e a subestimar o efeito em longo prazo”. Isso pode ser facilmente constatado quando um novo gadget de alguma marca famosa é lançado no mercado. Nos primeiros dias, a reação dos internautas é muito grande, mas quantos desses equipamentos continuam recebendo tanta atenção depois de meses ou anos?
9. Lei de Linus: o jeito Linux de ver as coisas
Linus Torvalds, criador do sistema operacional Linux, é responsável por duas leis. A primeira delas é descrita por Eric S. Raymond no livro “A Catedral e o Bazar” e diz que, dado o número suficiente de colaboradores em um projeto, qualquer bug pode ser detectado e corrigido. Essa é, basicamente, a filosofia por trás do desenvolvimento do Linux e da Wikipédia: com muitas pessoas trabalhando ao mesmo tempo, é provável que diversos erros possam ser gerados. Mas se houver um grande número de colaboradores, os erros serão detectados e corrigidos rapidamente.
Entretanto, no livro “A Ética Hacker e o Espírito da Era da Informação”, Linus nos brinda com outra máxima: a motivação para qualquer coisa cai em três categorias: sobrevivência, vida social e entretenimento. Isso explica, por exemplo, por que algumas pessoas colaboram com projetos de código-fonte aberto.
10. Lei de Godwin: malditos nazistas!
“À medida que cresce uma discussão online, a probabilidade de surgir uma comparação envolvendo Adolf Hitler ou nazismo aproxima-se de um (100%)”. Criada pelo jurista Mike Godwin, em 1999, essa regra passou a dominar os fóruns de discussões, sendo que muitos participantes desses pontos de encontro virtuais concordam que, depois de uma comparação não irônica ao nacional-socialismo, qualquer discussão está acabada. Mas há quem discorde, alegando que essa é uma atitude muito nazista.